terça-feira, 30 de abril de 2013

SOLIDÃO


Fostes por vontade própria. Nem sequer pensastes em mim. Deixou-me enclausurada a uma prisão da qual a única saída estava em minhas perdidas ilusões. Deixou-me sem sequer olhar para trás. Talvez se olhasse não iria.

Por onde andas agora? Será que estás a olhar a lua coberta por entre nuvens crepúsculas? Será que estás a dividir um riso ou um afago com alguma alma perdida buscando a redenção? Porventura pensas em mim em momentos vazios e silenciosos?


Certa vez, um estranho parou-me na rua e me olhou com olhos de quem sabe e conhece. Afirmou com palavras decididas, aparentando loucura consciente, disse: “Cuide para não vacilar. Algumas vezes temos uma única chance de fazer algo bom em toda a nossa vida. O amor verdadeiro pode aparecer uma única vez. Vigia-o para que quando chegar você não o mande embora, nem tampouco o faça cair em esquecimento.” Hoje entendo e sei bem o que ele quis dizer. Entendo como ninguém a angústia gritante em seus olhos ao expelir estas palavras.

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