segunda-feira, 27 de agosto de 2012

       Por mais que tente, não consigo explicar o que ocorreu ontém... Só sei que me sinto tão vazia e só que acredito que o melhor a ser feito é fugir para um lugar só meu!!! Até onde serei capaz de chegar? É a pergunta que faço  durante todos os dias. Tento entender o que me leva a isso, porque ao me ferir eu tenho    um segundo de alívio... E é tão intenso que quero mais... A dor me faz esquecer sei lá o quê... Quero descobrir, quero me curar porque minha cabeça não aguenta mais isso.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Primeiro dia de terapia

       Hoje foi o primeiro dia em que comecei uma terapia com a Dra. Lilian. No começo eu estava meio confusa, com um certo receio de expor minha vida a uma pessoa que eu nem conhecia, mas foi tudo diferente. Ela soube me deixar bem a vontade e conversamos sobre muitas coisas que eu não costumo falar. Falamos sobre minha infância, relacionamentos, trabalho, enfim... Foi um papo bem agradável. Havia momentos em que eu chorava, outros eu sorria. Falei também sobre o episódio de ontém, em que eu havia ingerido veneno e só não passei dessa para melhor pelo fato de meu organismo ter expelido tudo pra fora... Ela me explicou que na verdade tem algo de dentro de mim que eu quero que morra, mas que não se trata de mim mesma... Bom, tô bastante confiante e sei que eu a doutora vamos descobrir juntas o que me leva a fazer coisas absurdas comigo mesma. Sei que a depressão não tem cura, mas também sei que basta eu buscar forças dentro de mim e saberei ao menos, controlá-la.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.


Clarice Lispector